quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A PRAÇA MAIS CHARMOSA DO MUNDO

Se fosse Aladim, e o Gênio da Lâmpada me aparecesse sugerindo que lhe fizesse, não três pedidos, mas três escolhas já predeterminadas: uma cidade, um bairro e um endereço para morar neste planeta, não pensaria duas vezes: PARIS, MARAIS, PLACE DES VOSGES. Nem me perguntem por quê. A fascinação que estes lugares exercem sobre mim, carece de qualquer explicação lógica. Mesmo partindo de tão exígua premissa, tentarei exprimir aquilo que sinto ao visitar a Place des Vosges. Quando lá estive pela vez primeira, foi como se, subitamente, tivesse voltado no tempo, a uma época de sonhos. Ousaria quase dizer que tive a sensação de haver sido muito feliz ali algum dia. Numa vida passada, quem sabe! Trata-se da praça mais antiga, mais charmosa e mais encantadora da Cidade Luz. Trago-a arquivada no "disco rígido" da minha memória, contudo, como não costumo confiar cegamente nela, estou agora diante da tela do meu monitor que exibe uma linda fotografia da "minha" praça favorita e é uma pena que não me permitam reproduzi-la junto a este texto. Tudo lá cheira a século XVII. Excetuando, obviamente, os circunstantes e seus costumes - e aqui este vocábulo é usado nas duas acepções: hábitos e indumentária - , nada parece sugerir que ali o tempo haja fluído. Para aquelas pessoas que dizem não admirar a História como disciplina; como conteúdo didático; como atributo do conhecimento, aqui está a última oportunidade de vivenciar o pretérito, pois a Place des Vosges é o próprio passado materializado! Se o rigor científico, acaso, me concedesse a licença com que as musas costumam favorecer os poetas, diria que o simples ato de se estar presente ali é mais do que suficiente para comprovar a Teoria da Relatividade, uma vez que espaço e tempo se confundem. Aqui é fundamental não ter pressa!. Aqui calendários e relógios carecem de qualquer serventia! Uma vez aqui, nesta praça, esqueça: compromissos; metrô; agências de viagem; televisão, galerias lafayette; passaporte; automóveis; hotel; compras; encerramento da conta do hotel; printemps; malas; eurodisneys; cartões de crédito; caixas eletrônicos; limites dos cartões de crédito; companhias aéreas; horários de vôo; aeroportos, táxis; aviões; confirmação de passagens aéreas, enfim, tudo aquilo que possa lhe trazer de volta às portas do terceiro milênio. Aliás, creio que não se deve preocupar nem em não se preocupar com tudo isto, porque a própria atmosfera do ambiente se encarregará de fazê-lo. Às vezes, às vezes!!! Construída por Henrique IV, entre 1602-1605, no exato local onde Henrique II foi abatido num duelo, foi chamada, inicialmente, Place Royale, somente recebendo a atual denominação após a Revolução Francesa, em homenagem ao primeiro "département" que quitou, integralmente, seus impostos Sua graciosa arquitetura inspira - em quem possui um mínimo de sensibilidade estética - ternura, bem-estar, tranqüilidade, prazer. Cada uma das casas é constituída de quatro lanços com uma arcada no térreo. Janelas ao estilo francês dominam o segundo e o terceiro pisos, dispondo-se sobre as arcadas do primeiro. Águas-furtadas estendem-se por todo o último pavimento. As belíssimas fachadas são uniformes, simétricas e formadas por estuque e tijolos de coloração rosada. Cada renque de casas conserva sua tradição real assinalada pela flor-de-lis branca. Amplos e elevados pavilhões dominam os setores norte e sul do logradouro. Estes possuem formato arquitetônico mais requintado do que as demais habitações e eram conhecidos como Pavillion du Roi (pavilhão do rei) e Pavillion de la Reine( pavilhão da rainha), respectivamente. Em 1639, uma estátua eqüestre, em bronze, de Luís XIII foi erigida no centro da praça, todavia, foi arrasada pelos enfurecidos revolucionário do final do século XVIII. Na outra, sucedeu o mesmo, em virtude de uma situação oposta e de um motivo mais prosaico: estava, sem um puto. Havia esquecido de ir a um Caixa Eletrônico!

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